A IMORTALIDADE É A LUZ DE TODA REVELAÇÃO

sábado, 24 de agosto de 2019

Escritor, poeta e jornalista Tobias Pinheiro - Autor do Livro "Menino do Bandolim" morre aos 93 anos

O NOSSO ADEUS AO ILUSTRE POETA BREJENSE
TOBIAS PINHEIRO (1926/2019)
DESPEDIU-SE no dia 21 de agosto de 2019 ÀS 18:30 EM ENGENHEIRO COELHO - SP

Por: Pedro Portela
Tobias Pinheiro Filho nasceu no dia 4 de Julho de 1926 na cidade de Brejo, Maranhão, de onde saiu aos 12 anos de idade. Estudou no Seminário Santo Antônio em São Luís. Morou em Teresina, Piauí, em Curitiba, Paraná, e no Rio de Janeiro, a partir de 1952. E atualmente reside em Engenheiro Coelho, São Paulo.
Casou-se muito jovem, ainda em Teresina, com Maria Osita Pinheiro. É pai de seis filhos: Pedro Humberto, Paulo Roberto, Antônio Neto, Sandra Maria, Carlos Alberto e Cleber.
Iniciou-se no jornalismo na capital carioca no ano de 1954. Trabalhou 21 anos no Diário de Notícias, chegando a ser Chefe de Redação; prosseguiu trabalhando no Jornal do Brasil, de que foi Redator por duas vezes; em O Globo, Última Hora, O Dia, e no Jornal do Commercio. Foi também editor das publicações da Light, cargo em que se aposentou. E, por último, trabalhou como editor das publicações da ABADI – Associação Brasileira das Administradoras de Imóveis.
Tobias Pinheiro pertence a várias entidades literárias, dentre as quais podemos destacar: Academia Brasileira de Literatura, Academia Brasileira de Trova, Academia Guanabarina de Letras, Federação das Academias de Letras do Brasil, e Delegado das Academias Maranhense e Piauiense de Letras.
Ele publicou nove livros: Intermezzo, Vinho Amargo, Doce Tortura, Os Outros, Menino do Bandolim, Jóias de Ouro Preto, Marcas de Luz, Milagres da Memória, e Sonetos.
Placa com seu nome juntamente com o Escritor Josué Montello - ABL. Fundador e Presidente da Federação das Academias de Letras do Brasil - FALARJ - RJ e Ex Presidente da Academia Carioca de Letras e Membro do Histituto Histórico e Geográfico do Rio de Janeiro 

Tornou-se imortal da Academia Carioca de Letras em 7 de Julho de 1992. E fez a seguinte declaração: “Considero minha eleição para esta Academia como um gesto de humildade dos senhores acadêmicos, porque minha única universidade foram as redações dos jornais do Rio de Janeiro, tendo como mestres os meus companheiros de trabalho, aos quais presto agora minhas homenagens.”
Mesmo com toda essa modéstia, ele recebeu – por unanimidade – o título de Personalidade Cultural de 1997 da União Brasileira de Escritores. E o Prêmio de Literatura da Faculdade da Cidade recebe o nome de Tobias Pinheiro.



É autor do Hino Oficial da cidade de Brejo, sua terra natal.


Depoimento do Prof.Dr. Mário Lopes Carabajal, Ph.D/Ph.I, Presidente da Academia de Letras do Brasil -ALB e do CONALB - Conselho Nacional das Academias de Letras do Brasil:


“A notícia do falecimento deste incomensurável Homem da Literatura Brasileira, Tobias Pinheiro, lança-nos à reflexão profunda sobre a Obra de um Verdadeiro Imortal. Tobias o conheci em dezembro de 1994, se não falha-me a memória. Ocupava a Presidência da Confederação das Academias de Letras do Brasil - a mais elevada função dentro das organizações literárias no Brasil. Em meus 33 anos, recebia daquela ilustre personalidade, o sinal verde e fundamental apoio e incentivo para avançar em meus sonhos e ideais de fundar uma academia de representatividade Nacional dos escritores brasileiros, a Academia deLetras do Brasil.

Ainda que naquela posição, de elevadíssima envergadura literária, Tobias Pinheiro recebeu nossas proposições dedicando-se-lhes atenção, tempo e profundidade em análises, orientando-nos ao caminho certo a seguir. Devo a Tobias Pinheiro todas as conquistas da Academia de Letras do Brasil.

 Pois, sem a sua atenção e incentivo, desacreditado em meus ideais, não persistiria na difícil tarefa de criação do que acabou por tornar-se a maior academia de letras do Brasil. Se por um lado, quantitativo, a maior, por outro, qualitativo, conta em suas bases de fundação com as maiores expressões da literatura da época, dentre os quais, este nome a ser reverenciado pela atual e futuras gerações produtoras e leitoras da Literatura Brasileira. Meus mais sublimes votos de IMORTALIDADE à Obra e Nome daquele que IMORTAL tornou a todo escritor tocado por Ele 'TOBIAS PINHEIRO'. Votos de carinho e conforto aos seus Excelentíssimos Familiares.


Em homenagem à Tobias Pinheiro, Milton Pantaleão, Paulo Diniz, entre outros grandes nomes da Literatura Brasileira, a Obra IMORTAIS, em seu terceiro volume, conta com Espaço Especial a estes homens que, mesmo inertes fisicamente, fascinam, envolvem, aquecem e dão Vida Eterna à Literatura Mundial.

Dr. Mário Lopes Carabajal - ALB.





quinta-feira, 25 de julho de 2019

HOMENAGEM AO CANTOR RUBINHO DO VALE

Cantor e compositor mineiro do Vale do Jequitinhonha. Lançou o primeiro LP "Tropeiro de Cantigas" em 1982 e em seguida gravou mais 06 Lps, Violas e Tambores / Viva o Povo Brasileiro / Trem Bonito / Encantado / Verde Vale Vida / Ser Criança. Em 1990, ao lançar o primeiro CD para crianças, Rubinho do Vale enveredou para o universo infantil e conta hoje com 08 CDs dedicados às crianças.


Rubinho venceu vários Festivais: 
1º e 2º lugares do Festival da Canção de Minas Novas, 1980. 
1º lugar duas vezes no FESTIVALE - em 1981e 1982 
1º lugar e melhor letra no Festival de Avaré SP, 1988. 
Gravou o CD “Jequitinhonha Vale Brasil” em parceria com Frei Chico, Lira Marques e o Coral Trovadores do Vale, que foi lançado na Alemanha. Presença marcante em programas de TV voltados para a música de raiz, como o “Arrumação” do Saulo Laranjeira e “Sr. Brasil” do Rolando Boldrin TV Cultura de SP. Além dos 07 LPs e 08 CDs infantis, Rubinho do Vale lançou mais 08 CDs para o público adulto ao longo dos seus 30 anos de carreira. Estes discos adultos são a base do repertório do show Rubinho do Vale e banda. Em outubro de 2012 fez um marcante show, “Trem da História”, no Grande Teatro do Sesc Palladium BH em homenagem aos professores, com a presença de 1500 educadores. Lançou o CD “Estrada” dia 12/12/2012 em Belo Horizonte, comemorando seus 30 anos de carreira. Esse disco tem a participação do violeiro Ivan Vilela, do cantor, compositor e bailarino pernambucano Antônio Nóbrega e da cantora mineira Fernanda Takai, da banda Pato Fu.

 Em 2014 lançou o CD/Livro “Inventa”, seu oitavo disco dedicado às crianças.
Algumas homenagens recebidas: 
Cidadão Honorário de Belo Horizonte. 
Grande Colar do Mérito Legislativo da Câmara de Belo Horizonte.  Medalha do Aleijadinho - Ouro Preto 
Medalha do Mérito da Educação – Secretaria de Estado da Educação, Governo do Estado de Minas Gerais. Comenda da Ordem do Mérito Cultural – Ministério da Cultura Rubinho do Vale recebeu do Ministro da Cultura Gilberto Gil e do Presidente Lula, em 2003, a Medalha da Ordem do Mérito Cultural. Esta é a maior condecoração do Governo Brasileiro aos artistas e intelectuais do Brasil pelo reconhecimento da sua obra. 

Biografia
Da infância na roça, onde tinha que percorrer léguas para estudar, foi para a cidade de Rubim, região de Teófilo Otoni, para concluir o curso ginasial, já revelando na época gosto por apresentações no palco. Em l972 ao concluir o ensino fundamental ganha seu primeiro violão, sem ainda saber tocar o instrumento. Para continuar seus estudos foi para Belo Horizonte e em 1976, aprovado no vestibular da Escola de Minas de Ouro Preto, inicia o curso de Engenharia Geológica.
Enquanto estudava Geologia, aperfeiçoava de forma autodidata sua musicalidade, participando de festivais universitários e regionais como o Festivale, que ocorria de forma itinerante nas cidades do Vale do rio Jequitinhonha. Teve o privilégio de ouvir e assistir ao vivo no Festival de Inverno de Ouro Preto, grandes representantes da música brasileira como Elomar FigueiraGeraldo VandréLuiz Gonzaga e Renato Andrade, nomes que vão influenciar fortemente seu estilo artístico.

Surge o Menestrel

De volta a Belo Horizonte. Depois de cinco anos em Ouro Preto, decide de vez se dedicar à carreira artística. O próprio Rubinho conta que esta certeza surgiu durante o I Encontro de Compositores do Vale do Jequitinhonha, realizado na cidade de Itaobim/MG em novembro de 1979. Foi quando definiu sua proposta de vida, "fazendo da voz e da viola, Maria das Dores do Brasil, armas poderosas em defesa da sua terra, do seu povo e da sua cultura.
Em 1982 gravou seu primeiro disco "Tropeiro de cantigas'. Em seguida veio uma prolífera obra, independente e livre das grandes gravadoras, marcada pela resgate da cultura popular e luta contra as injustiças. A música de Rubinho do Vale está sempre ligada à cultura popular e ao folclore de seu país: uma arte bem brasileira.
Alguns de suas gravações dedicadas ao público infantil se transformaram em material didático de escolas e lhe renderam, inclusive, a oportunidade de preparar um programa de TV para crianças.

O Reconhecimento

O reconhecimento nacional do seu trabalho, sempre distante da mídia de massa, veio recentemente quando, em cerimônia em que também foram homenageados Antônio NóbregaChico BuarqueZezé di Camargo & Luciano e outras personalidades do mundo cultural, recebeu uma comenda das mãos do Presidente Lula e do Ministro da Cultura Gilberto Gil.
A música de Rubinho do Vale está sempre ligada à nossa cultura popular, ao nosso folclore, é uma arte bem brasileira. Na sua obra está ainda a marca de parceiros de arte do Vale do Jequitinhonha como Chico dos BonecosTadeu MartinsWesley PioestFlávio Friche e Gonzaga Medeiros.

Discografia

Rubinho do Vale 
abaproducao@gmail.com 
0xx 31 3466.1000

sábado, 22 de junho de 2019

CARPE DIEM - ILHA DA FANTASIA

Uma pequena homenagem a um dos maiores oceanógrafos que o mundo já conheceu, o qual eu admirava muito: Jacques Yves Costeau - seu Navio Calypso.


Canto I 

A nossa expedição a Polinésia
Surgiste por vós. Oh fadas do São Francisco!
Oh tão nobre manto de águas
Dar-me agora tão nobre coragem!
Tirando de mim, a vil vaidade
Fazendo-me do eu, a magna exaltação
Brotando dos meus lábios o doce encanto
De Minas a cantar a inspiração

Cantigas populares, suaves cantos
De dedicadas e humildes lavadeiras
Que se alegram de som o velho Chico

Faz-me sair pelo mundo
Atrás de belos mares
Em busca dos prazeres

     Canto II
Com rumo certo pelos fortes mares
No navio de Cousteau
Eterno Calypso dos Mares
Viajamos rumo à polinésia Francesa

Ilha dos prazeres, mulheres lindas
Em busca de aventuras
Nas ilhas de Bora a Bora
Vamos todos, rumo a sonhada Glória

Assim começa a expedição
Rumo a tão ilustríssima ilusão
Por mares antes navegados

Eu que no peito o louvor canto
De humilde sonhador brasiliano
Sendo levado pelos mares do encanto

Canto III
Nunca vi lugar tão belo e profundo
Parecia que em Noronha estávamos
Em outro lugar, em outro mundo
De enormes praias, Ilhas divinas!
Ali Jacques Cousteau saciou os olhos
Ao olhar para praia e ver musas lindas
Saudando-nos com saias de havaianas
E os pés descalços na areia nos dando esperança

Ali passamos a noite ao luar
Em volta de fogueiras, vendo Vênus 
Nas brasileiras a encarnar

Fazendo a dança da conquista
Levando meu coração a se exaltar
Levando minha alma no prazer a saciar

        Canto IV
Ali a beira mar, onde Afrodite apareceu
Levando-nos a sonhar e a delirar
Enquanto musas dançam ao nosso arredor
Levando-nos a deliciar e com os olhos a cobiçar
As belas magias dos corpos nus
Envoltos dos tecidos de chita 
E o doce vinho, sabor de Baco
A fazer-nos alegrar e sonhar

Saem correndo pelas praias
Levando a tripulação ao delírio
Nos laços das amazonas brasileira

Fazendo todos viajarem na ilha da fantasia.
Neste instante aparece netuno
Implorando amizade e grande estima

      Canto V
Oh grandes homens dos mares!
Que querem a ilha da fantasia
Atracar o coração com o grande Calypso
Realizar todos os sonhos de mortais

Pois ao simples mortal, só cabe sonhar
Desejar o divino saciar-se com o belo
Em busca do prazer e sentir-se imortal
Pois tão finita é a vida de um homem

Saem por meus mares, 
Guiados por lindas sereias
O canto delas os levará a sorte

Com minha proteção jamais verão 
A tão cruel e tenebrosa morte
Que destrói sonhos e sorte.

     Canto VI
Por isso hoje vos reservei este banquete
Aqui nesta ilha bela de Noronha
Eros preparou com o majestoso Baco
O divino vinho, néctar do Olímpio

Restaurai as forças nestas belas ninfas
Que amanhã com os mares
Irão todos avante até o estreito de Magalhães 
Onde sereias os adorarão

Mas invés de quererem tragá-los
Como quiseram o demente Ulisses
A vós os cantos serão inofensivos

Somente a vocês exaltarão louvores
E Atenas os guiará sem fazerem guerras
O profano se encurvará aos santos

 Canto VII
Depois de sumir a aparição

Caímos na grande devassidão
Embalados pelos Eros desejos 
Da sua mãe eterna Afrodite

Logo o dia chorou seus raios
De luz clara, forte e imortal
Ao navio rumo a Ilha da Fantasia
Partimos com uma coragem fenomenal


Inspirados pelas servas de Afrodite
De Fernando de Noronha
Rejuvenescidos pelos amores


Amores de lindas jovens
Virgens servas sacerdotisas 
Que ao prazer só dão louvores



    Canto VIII
Por longos dias, afirmava Cortez
Estávamos a navegar e sonhar
Aonde está o clímax máximo 
Da nossa divina empreitada?


Enquanto eu logo reclamava
Jacques Cousteau o dedo apontava
E Albert Falcon, capitão da nau
O corpo curvado no chão rezava


Era o Estreito de Magalhães
Onde em cima de uma rocha
Sereias nuas nos contemplavam


Cantando cantos de exaltação
Assim como dizia Netuno
Na praia dos Amores de Noronha

     Canto IX


“Vem oh servos dos prazeres
A nossa ilha contemplar
Vem fazer dos nossos lábios 
Os deuses de prazeres se exaltarem!”



Um bando de Tágides sereias pudicas
Cobertas apenas com algas
Chamavam a todos para guerra
E com elas a se deliciarem


Seus cantos eram inofensivos
Mas seus corpos eram perigos
Para qualquer homem no prazer


Vir a esquecer da vida e se perder
Por isso só contemplávamos 
A divina pudora e eterna visão

            Canto X
Presos eram com os olhos
O que era as mãos negado.
No caminho para a ilha
Essa magna esplendorosa tentação


Chegamos a Ilha da Fantasia
A sonhadas Ilhas de Bora a Bora
Lendária Polinésia Francesa
Ilha de amores e de suprema beleza




Belas jovens nativas das ilhas
Com suas fantasias festivas vieram nos receber
Com colares de conchas marinhas


Fez nossos olhos a luz acender
De repente ouve se um som de Trombeta
Era um jovem tirando o som de uma concha

     Canto XI
Jacques Cousteau mal podia conter a emoção
E Cortez a deliciar com os olhos o prazer da beleza
Pronunciam saudações a todas as anfitrioas
Mal podiam falar devido o encontro de culturas


Ali naquelas Divinas e celestes terras 
Baco, Eros e Vênus já haviam escrito o caminho
De homens Brasileiros e Franceses alcançarem
A perfeição do mortal e divino humanismo 


Aquele belo mar pintado por plânctons 
Verdes, azuis águas claras e fortalezas
De corais raros e peixes de vis grandezas


O bom mensageiro Hermes dos Deuses
Já havia traçado de antecedência
O nosso divinal belo caminho 


          Canto XII


Nestas magníficas ilhas
Ate os mortos, morrem de desejos
Fomos levados no alto de uma montanha
Revestida por uma bela mata




La os nativos são sepultados
Seus corpos depois de embalsamados
E seus espíritos imortalizados
Levados rumo à mata, sepultados na montanha


La a noite começa o ritual
Dez jovens virgens belas
Nuas envoltas dos mortos


Começam a dar louvores
Para que eles partam desta vida
Ainda sentindo o gosto dos amores


         Canto XIII
Gosto dos prazeres deste mundo
Levam na memória além túmulo
Em meio à luz da fogueira
Danças, nudez e tambores


E do alto soa uma trombeta
É o soar triste de uma ostra
Com um furo na ponta
Serve de instrumento de sopro


Enquanto no outro cemitério
Talvez de influência Europeia
Pessoas velam os seus mortos


Em humilde cabana, simples capela
E no final enterram os mortos no quintal
Ali em volta há nativas lindas tatuadas


          Canto XIV
Mostram-nos estátuas cultivadas
Todas espalhadas vigiam as matas
Consagrando seus construtores
Espalham histórias nas matas


E saudades no eterno tempo
Fazendo-nos deliciar cada momento
Nesta hora nasce na ilha uma criança
Batizam - na de Calypso


Em homenagem ao grande navio
Do grande oceanógrafo Cousteau
Todos ficam maravilhados


Com tamanha e gentil hospitalidade
Ali sobre os montes de sambaquis
Põe-se Cortez a buscar o firmamento

          Canto XV
Do azul do céu e do mar
Mulheres a nadarem entre os corais
Algumas carregam nas tatuagens
Suas histórias, vida e religião


Mostrando nos seus mais íntimos desejos
Escritos com tintas em teus corpos
Enquanto lêem o livro dos mortos
Como se quisessem de nós homens


A alma fazer descansar
E após uma noite de prazer

Na montanha dos mortos
Fazer nos amanhecer
Preparando nossos caminhos
Que nem Hermes guiaria no hades igual


          Canto XVI

À noite Baco descia 
E em todos os homens
No vinho e nos amores
Incorporavam caçadores

A procura de suas corças divinas
Como as filhas de Tétis 
Consolavam na fria rocha Prometeu
Ali perto das rochas na noite

Espantávamos o pobre Orfeu
Clamávamos a Afrodite
E como Odisseu com a Ninfa Calypso

Não víamos o tempo passar
Não importava se o sol intrometido
Iria a pouco no céu a desperta

            Canto XVII


Queríamos apenas aquele banquete saboroso
Mulheres vestidas com diversos tipos de frutas
Cobertas de sabores e de flores
Algumas se deitavam nas mesas


Entornando no corpo mel e vinho
Atiçavam com um olhar prostituto
Que fez gelar até o corajoso Capitão
Não tinha como resistir essa devassidão


Pecado era sim, não poder pegar
Se somente aos olhos se deliciar
Cobiçar, desejar e tocar 


Mas se não poder se deliciar
De nada vale tamanha tentação
De longe, torna-se ilusão



           Canto XVIII


A melhor forma de poder
De tamanha tentação livrar
É só mesmo caindo nela
Assim amansando as feras


E a Zeus tentar enganar
E dormir com Hera
Quem ele não soube cuidar
Deixando-a mal amada


Aos homens na terra a castigarem
Por isso a melhor coisa a fazer
Segundo as ordens do Capitão


É fazer como fez Cortez.
Que este se encontra caído e amarrado
No amor da tortuosa prisão

             Canto XIX


Ilhas divinas dos prazeres
Dos mais sábios amores
Desperta nos homens calores
De paixão abrasadora


Oh terras gloriosas!
Bom estar aqui e sentir a vida
Nesta ilha da fantasia
Não quero mais despertar pro mundo




Quero mais neste fruto
Poder ter a máquina do mundo
E dominar e ser senhor

Rei dessa eterna Ítaca
Das filhas de Tétis
Reinar, e ser reinado